“Minha condição no mundo”: identidade feminina e afrodescendente na obra de Rosana Paulino

Resumo

Este artigo 3 foi desenvolvido no âmbito de uma disciplina da graduação da Licenciatura em Artes Visuais da Faculdade Unina com foco nas manifestações artísticas afrodescendentes. Ele propõe uma breve investigação do processo artístico de Rosana Paulino, artista contemporânea brasileira que se estabeleceu nas últimas décadas como uma importante figura da história da arte nacional. A partir da análise de obras de séries de Paulino, como Assentamento (iniciada em 2012), Bastidores (iniciada em 1997) e Parede da memória (iniciada em 1994), e da leitura de declarações da própria artista sobre seu processo de pesquisa em poéticas visuais, procuramos compreender como se deu a construção dessas obras, tanto técnica quanto teoricamente. Como na maioria das produções artísticas contemporâneas, o processo é de suma importância na obra de Paulino, sendo marcado por uma reflexão que se inicia de forma introspectiva e se expande para o coletivo. Sua carreira artística e pesquisa em poéticas visuais parece ter se iniciado como uma reflexão sobre sua própria “condição no mundo” enquanto mulher afrodescendente. A partir daí, se constituiriam tecituras sociopolíticas e históricas que conectariam a artista enquanto indivíduo a uma coletividade que acaba sendo representada em suas obras – através de suas lutas, dores, conquistas e resistências. Tecituras que nos interessam enquanto processo de pesquisa em poéticas visuais e como materialização da conquista de espaços formais de arte por manifestações afrodescendentes.